terça-feira, 17 de junho de 2008

´DJ´S DO FREESTYLE

DJ JOHAN
Segue abaixo um texto escrito pelo brother DJ JOHAN na pagina do blog
sobre o freestyle
electro, o freestyle e o funk melody baseiam-se no canto falado do DJ Kool Herc (um dos DJs pioneiros de Nova York), no funk dos anos 70 e nas músicas do Kraftwerk. Quem fez a união desses três elementos foi o DJ nova-iorquino Afrika Bambaataa. Ele participava de uma famosa gangue de rua, a Black Spade, mas viu que a violência não levava a nada e ajudou a criar a Zulu Nation, em 1977. Ele produzia bailes pra galera do Bronx em Nova York (assim como o Big Boy fazia os Bailes da Pesada no Rio ou os bailes que eram feitos pela Soul Grand Prix e Furacão 2000*). O Afrika era DJ e na segunda metade dos anos 70 ele descobriu o album “Autobahn” (1974) do Kraftwerk e ficou louco com a sonoridade futurista da música (lembrem-se que naquela época não se fazia comercialmente músicas só com sintetizadores, talvez com a exceção do Giorgio Moroder). Ele levou aquele som “estranho” (que segundo o próprio Afrika era “o som do futuro”) para as pistas e foi um grande sucesso. Talvez graças a isso o Kraftwerk começou a investir mais em sons ritimados, robóticos, e os albuns seguintes, de 77, 78 e 81 foram super importantes para os DJs da época introduzirem novas técnicas como o Back 2 back, o backspin, entre outros.
O Afrika Bambaataa e outros DJs tocavam muito o Kraftwerk em suas festas, mas eles desejam que negros fizessem aquela música futurista. Segundo o Afrika disse numa entrevista “Quando o Kraft chegou com ‘Numbers’ - 1981 - aí eu pensei, é assim que o Electro-Funk vai ser”. Daí ele bolou “Planet rock” (1982), um grande sucesso, e a primeira da linha electro. Uma coisa em comum a todos os gêneros que se seguem é que a grande maioria dos produtores são de origem norte americana. Os bailes são os principais divulgadores dessa nova música.
O electro (ou electro-funk) foi o primeiro a surgir e serviu como antecessor de Freestyle, funk melody e o nosso funk BR.Entre os electros clássicos pode-se citar “Planet rock” e “Renegades of funk” (Afrika Bambaataa), “Hip Hop, be bop (don’t stop)” (Man Parrish - 1983) “Al Naafiysh (The Soul)” (Hashim - 1983) e “Light years away (Melô da macumba)” (Warp 9 - 1983) . O ritmo caracterisa-se por teclados “gélidos” e sonoridade crua. Influencia direta do som do Kraftwerk e do synth pop “gélido” europeu. O electro em seu início é muito parecido com o Tecno primitivo de Detroit (Juan Atkins, Section 25).
A partir de meados de 1984 os produtores começaram a fazer um electro um pouco mais melódico, já mais próximo a house music dos anos 80 (como já foi citado anteriormente). Esse gênero é o Freestyle (ou Miami), que tocou muito aqui até o início dos anos 90. Uma das diferenças também é o fato de ser produzido tanto por negros quanto por latinos. O electro e o tecno primitivo eram feitos mais por negros. Vou citar hits por ano:
1984: “Let the music play” e “Give me tonight” (Shannon), “Breakin’ (There’s no stopping up)” (Ollie & Jerry), “Body work” (Hot Streak), “Jam on it” (Neucleus)
1985: “Touch me (all night long)” Wish & Fonda Rae, “Tastes so good” (File 13), “Rain forest” e “Nineteen” (Paul Hardcastle), “Set it off” (Strafe).
1986 (Nesse ano houve a popularização do Freestyle em todo o Brasil): “Can you feel the beat” (Lisa Lisa + The Cult Jam), “Funk little beat” e “Your eyes” (Connie), “I can’t wait” e “Point of no return” (Nu Shooz).
1987: “Fascinated” (Company B), “Diamond girl” (Nice & Wild), “Fantasize me” (Pleasure Pump), “Head to toe” (Lisa Lisa + Cult Jam)1988: “Supersonic” (JJ Fad), “Silent morning” (Noel), “Show me” e “Because of you” (Cover Girls), “It’s automatic” (Freestyle) , “Lost in emotion” (Lisa Lisa + Cult Jam), “Catch me (I’m falling) (Melô do poder)” (Pretty Poison).
1989: “What’s on your mind” (Information Society), “Yo no sé” (Pajama Party), “Say it’s gonna rain” e “Fadding away” (Will To Power), “I beg your pardon” e “Harry Houdini” (Kon Kan)
1990: “Falling slowly (Melô da Princesinha II)” e “I want you” (Shana), “Move to move” (Kon Kan), “Give me your love” (Voice In Fashion), “How can we be wrong” e “I’ll be all you ever need” (Trinere), “Running” e “Think” (Information Society), “Now that you’re gone” (In-Dex), “Don’t stop the rock” (Freestyle), “I seen your boyfriend (Melô do tarado)” Bemaster Clay D & Get Fresh Girls
1991: “Don’t stop the bass (Melô da Cashbox)” (People Bass - Produção do DJ Marlboro), “Mami el negro” (DJ Laz feat. Danny D), “Get serious” (Cut ‘n’ Move), “Don’t take your love” (Lidia Lee Love)
1992: “The promise” (When in Rome), “Do it to me” (MVP), “Peace & love, Inc” (Information Society), “Spread love” (Cut ‘n’ Move)
1993: “Alone at last” e “Rockin’ to the rhythm” (Trinere), “Whoomp! There it is (Uh Tê Rê Rê)” (Tag Team), “Pump up the party (Melô do Nojento)” (Hassan)
1996: “Release me” e “I don’t need your love” (Angelina)
1997: “A little bit of ecstasy” (Jocelyn Enriquez)No final dos anos 80 os produtores de electro e Freestyle estavam dividos entre deixar o som mais pesado, continuar como está ou deixa-lo mais suave. Os produtores então dividiram-se e três ramos diferentes surgiram: o primeiro contuaria o que estava sendo produzido e seria responsável pelos freestyles dos anos 90 e 2000, o segundo radicalizaria o peso acelerando as batidas e misturando-as com outros gêneros como reggae (essa linha faria o jungle e o drum ‘n’ bass), e o terceiro faria um som mais lento e melódico, que viria a ser chamado de Funk Melody (A predominância eram de produtores de origem latina).
1989: “In my eyes” e “I wanna be the one” (Stevie B)
1990: “Sending all my love” (Linear), “Party your body” (Stevie B), “Just another lover” (Ray Guell), “I’ve got to beat it up (Melô do pianista)” (People Bass - Produção do DJ Marlboro), “Melô do príncipe (Just another lover)” (Guilherme Jardim)
1991: “Just like the wind” e “Another night” (Tony ‘Dr. Edit’ Garcia), “Spring love” (Stevie B), “So tell me, tell me” (Shavonne)
1992: “Get away” (Stephanie), “Tell me, tell me” (Moskwa TV aka Javelin), “Blame it on the samba” (MCL), “Take me in your arms” (Tony ‘Dr. Edit’ Garcia feat. Lil’ Suzy)
1993: “Pump that body” (Stevie B), “Push it” (Salt ‘n’ Papa)
1994: “Paradise” (Korell), “Running back” (Stevie B), “I’ll be loving you” (Collage)
1995: “I can’t understand it” (Tony ‘Dr. Edit’ Garcia feat. Kenny C)
1997: “My boo” (Ghostown DJs).
Hoje gêneros diversos como Drum ‘n’ bass, Techno, tech House e o novo eletro (eletro house) são influenciados diretamente ou inderatamente por esses sons.
* Uma curiosidade: A equipe de baile “Furacão 2000″ recebeu esse nome do ex-presidente da república Castelo Branco. Em uma visita à Petrópolis por volta de 1966 ele visitou uma festa que tinha a equipe Guarani (futura equipe Furacão 2000) e disse: “Isso não é um som, isso é um furacão”. Daí o grupo mais tarde foi rebatizado.
Outra curiosidade: O termo “Melô”, algo tão comum no universo do freestyle, veio do rádio. Na Mundial AM do Rio de Janeiro, na década de 70, tocava-se muito pop, dance e rock estrangeiros (A rádio foi uma das influências para as atuais “Rádios jovens”), mas os locutores não sabiam falar inglês. Qual a solução para identificar uma música? Associa-la à algo que chame a atenção, seja a voz do cantor, ou um instrumento, ou a procedência ou qualquer outra coisa que se destaque. Assim surgem nomes curiosos: “Melô do Popeye” para “Double dutch bus” (1982) pois a voz do cantor parece com a do Popeye, ou “Melô do banjo” (1975), pois há um solo de banjo enorme no final da música, ou ainda “Melô da princesinha” (1990), pois a voz da cantora Shana parece de uma “princesinha”.
DJ JOHAN

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SEJA BEM-VINDO AO MUNDO DO FREESTYLE