segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

PEDIDO - FUNK NACIONAL

Funk Nacional
O funk carioca, diferente do norte-americano, é um tipo de música eletrônica originado nas favelas do Rio de Janeiro, derivado do Miami Bass, devido à sua batida rápida e aos vocais graves. Chamado apenas de funk em seu local de origem no país, também é conhecido por 'funk carioca' em outras regiões do pais.
Anos 1980
A partir da
década de 80, o funk no Rio começou a ser influenciado por um novo ritmo da Flórida, o Miami Bass, que trazia músicas mais erotizadas e batidas mais rápidas. A maior parte das rádios dedicam grande espaço em sua grade horária para os sucessos feitos no ritmo funk, um dos mais famosos é a regravação de uma música de Raul Seixas: o "Rock das Aranhas" que vira hit e se junta a ele outras músicas feitas com muito humor e sem muito apelo político como adaptações de músicas do funk norte-americano e gravações de cantores latinos como Stevie B, Corell DJ, entre outros MC's. Dentre os raps que marcam o período mais politizado no funk é o "Feira de Acari" que abordava o tema da famosa Roubauto, feira de peças de carro roubadas pelas cidade.
Ao longo da nacionalização do funk, os bailes - até então, realizados nos clubes dos bairros das periferias da capital e região metropolitana - expandiram-se céu aberto, nas ruas, onde as equipes rivais se enfrentavam disputando quem tinha a aparelhagem mais potente, o grupo mais fiel e o melhor DJ. Neste meio surge o DJ Malboro, um dos vários protagonistas do movimento funk.
Com o tempo, o funk ganhou grande apelo dentre os marginalizados - as músicas tratavam o cotidiano dos freqüentadores: abordavam a violência e a pobreza das
favelas.
Anos 1990
O funk continuou popular nas rádios piratas (algumas eram de controle das equipes de som) e agora tratam dos temas ligados aos grupos criminosos, como o
Terceiro Comando, ADA etc, servindo como inspiradores de emmbates e aviso sobre a troca de comando local, ou sobre a sujeição dos moradores da área a nova ordem: o funk falava principalmente sobre as drogas, as armas, os comandos, muitas vezes convocando moradores de favelas a participar de atos de violência ou pregando o extermínio de inimigos.
O funk também adotou como tema o sexo - apresentado sempre como uma simples cópula, muitas vezes acompanhados de gritos e gemidos e desprovido de erotismo. Não por acaso bailes funk passaram a ter orgias entre os participantes, muitas vezes menores de idade. Tais orgias começavam após a execução de alguma música que era previamente conhecida como sinal para o início do sexo. Surgiram nas favelas os bebês filhos do trem, crianças geradas em trenzinhos por sexo de adolescentes com desconhecidos. Evidentemente os bailes funk também propiciaram a expansão da AIDS nas favelas cariocas. O jornalista Tim Lopes morreu assassinado por traficantes de drogas quando investigava denúncias de exploração sexual de menores em bailes funk. Alguns artistas desta fase, como
Claudinho e Buchecha, enveredaram para outros tipos de tema. Os chamados charmeiros são um grupo de resistência a este cenário. Ao mesmo tempo que as músicas abordavam o cotidiano das classes baixas, alguns bailes começaram a ficar mais violentos e ser palco de brigas de galeras, onde pessoas de dois lugares dividiam a pista em duas e quem ultrapassasse as fronteiras de um dos lados era agredido pelo outro bando. Estas facções podiam ser representadas por moradores de um e outro bairro, torcidas organizadas de times, grupos de equipes rivais, grupos de facções rivais, etc.
A pressão da
polícia, da imprensa e a criação de uma CPI na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro em 1999 e 2000 suprimiram bailes, principalmente, os próximos a áreas urbanas nobres, pois além da potência das caixas de som estarem sempre acima do permitido por lei, geralmente, eles começavam depois das 22h - e acabaram com a violência em grande parte dos bailes, ao mesmo tempo em que as músicas se tornaram mais dançantes e as letras mais sensuais. Esta nova fase do ritmo, descrita por alguns como o new funk, se tornou sucesso em todo o país. A partir dessa fase, o funk virou moda nacional, e inclusive começou a esboçar certo sucesso internacional, com o surgimento de grupos ingleses e de outras nacionalidades.
Anos 2000
Saindo das favelas em direção à cidade, o funk conseguiu mascarar seu ritmo, mostrando-se mais parecido com um rap americano e integrou-se um pouco mais as classes cariocas. Seu ritmo hipnótico e sua batida repetitiva também contribuíram para que mais pessoas se tornassem adeptas desse estilo musical. Algumas letras eróticas e de duplo sentido normalmente desvalorizando o gênero feminino também revelam uma não originalidade em copiar de outros estilos musicais populares no Brasil como o
Axé music e o forró.
O funk ganhou espaço fora do Rio e ganhou conhecimento internacional quando foi eleito umas das grandes sensações do verão
europa de 2005 e ser base para um sucesso da cantora inglesa MIA, "Bucky Done Gun". Um dos destaques desta fase, e que foi objeto até de um documentário europeu sobre o tema é a cantora Tati Quebra-Barraco que se tornou uma figura emblemática das mulheres que demonstram resistência à dominação masculina em suas letras, geralmente de nível duvidoso, pondo a mulher no controle das situações e as alienando.
Em 2008 o funk continuou a se espalhar por todo o Brasil, ainda sendo sinônimo de brigas e drogas como antigamente. Hoje é bastante comum em cervejadas universitárias tocar músicas de funk de todos os estilos, desde os chamados "proibidões" até os funks melodias.
Mas apesar do crescimento do funk no país, as músicas tendem a ser substituídas rapidamente por outras. As músicas mais famosas fazem um sucesso muito grande, são executadas à exaustão, porém rapidamente perdem força e caem no esquecimento.
O funk carioca é ainda bastante criticado por grandes intelectuais e grande parte da população, por muitas vezes apresentar uma linguagem obscena e vulgar. Grande parte do criticismo vem também da associação do ritmo ao tráfico, e ao hábito de seus adeptos executarem as músicas em potentes caixas de som, muitas vezes até altas horas da madrugada. Além disso, geralmente as músicas mostram a mulher como simples objeto de prazer e apelam para uma sexualidade explícita - ainda que completamente superficial.
Equipes:
Na década de 70 surgiram as primeiras equipes de som no Rio de Janeiro, como a Soul Grand Prix liderada por Ademir de Barros e Big Boy que promoviam bailes, inclusive, no badaladíssimo Canecão. Com a ampliação do acesso à freqüência FM, a partir da década de 80, o funk no Rio começou a ser influenciado por um novo ritmo da Flórida, o Miami Bass, que trazia músicas mais erotizadas e batidas mais rápidas. Só a FM o Dia (conhecida como a rádio das pessoas de baixa renda) dedica grande espaço em sua grade horária para os falsos sucessos feitos no ritmo funk, um dos mais famosos é a regravação de uma música de Raul Seixas: o "Rock das Aranhas" que vira hit e se junta a ele outras músicas feitas com muito humor e sem muito apelo político como adaptações de músicas do funk norte-americano e gravações de cantores latinos como Steve B, Corell DJ, entre outros MC's. Dentre os raps que marcam o período mais politizado (mas sem perder o humor) no funk é o "Rap do Acari" que abordava o tema da famosa Roubauto, feira de peças de carro roubadas pelas cidade - a feira muito eclética era sinônimo da precariedade do acesso dos pobres da periferia e outros marginalizados à bens de consumo.Atrelado a isso, complementando o leque das equipes de som já existentes, dentre elas, CASH BOX, JET BLACK, DISCO DANCE, SIGNUS, A BOLHA, SUPERSONIC, HOLLYWOOD, STUDIO LD, surgem, com destaque "A Coisa","O Kakareko" e as duas grandes rivais "Pipo's" e "Furacão 2000" que organizavam bailes dançantes. Os primeiros bailes fechados em clubes da periferia como a : "Paratodos da Pavuna", "Pavunense", "Exentric (Caxias)", entre outros eram feitos com vitrolas hi-fi e as equipes foram, aos poucos, crescendo e comprando equipamentos melhores. Ao longo da nacionalização do funk, os bailes, até então, realizados nos clubes dos bairros das periferias da capital e região metropolitana, expandiu-se para eventos em céu aberto, nas ruas, onde as equipes rivais se enfrentavam disputando quem tinha a aparelhagem mais potente, mais traficantes, o grupo mais fiel e o melhor DJ. Neste meio surge o DJ Malboro, um dos vários protagonistas do movimento funk.

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